Segunda-feira, 09.03.09

SANTANA, Ana Paula (2007). Surdez e Linguagem - Aspectos e Implicações
Neurolingüísticas. São Paulo: Plexus Editora.


O que diz a autora sobre o livro: Na surdez, encontramos uma condição (neuro) lingüística de grande diversidade. Essa diversidade se dá pela heterogeneidade linguística, pelo uso da leitura labial, da língua de sinais, da fala, da "audição" alcançada por meio das próteses auditivas e dos implantes cocleares. Essas condições dependem ainda de outras variáveis: usos da língua, interlocutores com diferentes graus de proficiência, possibilidades de adquirir uma segunda língua, métodos formais ou não formais na aprendizagem da segunda língua, tipo de relação de cada sujeito com essa(s) língua(s). O objectivo deste livro é discutir, nesse contexto, a relação entre cérebro, linguagem e cognição. Para tanto, tomo como posto de observação uma neurolinguística de abordagem discursiva, que leva em conta as relações entre linguagem, cognição e cérebro, contingenciadas pela cultura, pelas interacções sociais, pela intersubjectividade. Este estudo revela que a organização cerebral modifica-se sob condições linguísticas e cognitivas diversas. O cérebro humano, por sua natureza plástica e dinâmica, é capaz de novas (re)organizações funcionais resultantes do contexto sócio-histórico de que o sujeito participa. Da mesma forma, a aquisição da linguagem modifica e amplia os processos cognitivos.
Essas questões estão directamente relacionadas ao modo como a sociedade, os surdos e seus familiares lidam com a surdez, como se relacionam com a(s) língua(s), como interpretam o mundo. Isso quer dizer que não podemos fazer generalizações arbitrárias sobre o "cérebro do surdo" ou sobre sua linguagem, ou esperar que a metodologia educacional associada à teoria seja a mesma encontrada na prática e em circunstâncias reais de aquisição e desenvolvimento da linguagem. São as práticas sociais com a linguagem o ponto principal de nossa organização linguístico cognitiva. Neste livro discuto aspectos relacionados apenas a surdos de grau profundo, filhos de pais ouvintes. Para discutir determinadas questões, foram levados em conta dados linguísticos de surdos que participam de abordagem bilingue, surdos que foram submetidos à abordagem oralista e surdos que possuem implante coclear. Os surdos que participaram desta pesquisa frequentam ou frequentaram os seguintes centros especializados: DERDIC (PUC/SP), CENTRINHO (USP /Bauru) e CEPRE (UNICAMP).

 

(ver: http://www.gruposummus.com.br/detalhes_livro.php?produto_id=1038)

 



publicado por Eduardo Cabral às 23:32 | link do post | comentar

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